OCI - Modus Operandi

O Observatório da Comunicação Institucional – OCI – criado em 01/02/2013, é mantido por uma sociedade educativa sem fins lucrativos que reúne acadêmicos, profissionais, estudiosos e demais interessados nesta especialidade da comunicação.

O OCI é um espaço destinado à análise e reflexão crítica sobre a conduta das organizações em suas relações públicas – discurso, atitude e comportamento.

Participe enviando questões (textos, fotos, vídeos relacionados à comunicação de organizações públicas, privadas ou do terceiro setor) para avaliação e publicação.

A partir de 01/10/2013, você – ou sua organização – vai poder contribuir para a manutenção do OCI, apoiando a causa de que uma comunicação melhor faz organizações melhores e, consequentemente, um mundo melhor.

E-mail: observatoriodacomunicacao@gmail.com

Twitter: @OCI_RP


terça-feira, 28 de maio de 2013

Propaganda veiculada no Brasil deveria "falar" português.


Não é a primeira vez, nem é a única "no ar", mas é um caso emblemático pela dificuldade de comunicação.

A multinacional francesa Dassault Systèmes está veiculando sua "solução" 3DExperience com um filme comercial de 30 segundos, falado em inglês, na nossa TV por assinatura. Entenda-se por "nossa", brasileira, no Brasil.

É de se perguntar e refletir para quê mesmo serve produzir e veicular um filme comercial na TV.

Respostas para a redação...

"Fazer-se conhecer" seria um bom balanço das prováveis respostas recebidas. Ainda mais tratando-se de um comercial com "cara" de institucional - uma vez que fica impossível ao público leigo compreender de que se trata a veiculação, mesmo com a minúscula e fugidia legendagem. Será hardware? Turismo radical? Será software? Ativismo ambiental? Será peopleware? Será tudo isso junto?

Será que o filmete passa despercebido no turbilhão de comerciais? E aí, ninguém presta atenção, ninguém liga...?

Será que ação promocional leva em conta o efeito zapping, pelo qual não se vê os comerciais? Mas isto não é inútil... e caro?

As locações são dignas do finado rally Paris-Dakar. O idioma falado pelos franceses - absurdo; chamem o Asterix!  - é o inglês. Deserto, automóvel, pessoas com jeito de "exploradores", oceano, rebocador... tudo ao mesmo agora, junto e misturado, em 30 segundos, e em inglês... será que não havia budget para fazer uma dublagem que fosse? Um slogan "locutado" na nossa língua? Não precisaria nem ser criativo, mas compreensível...

No passado, a indústria brasileira de propaganda já recomendara que os comerciais fossem criados no Brasil, ou produzidos no Brasil, ou - ainda - que, pelo menos, empregassem técnicos brasileiros... vá lá... alguma coisa nacional... e já houve uma obrigatoriedade - daquele tipo que ninguém gosta - do idioma português nas inserções veiculadas na TV brasileira.

Ora, se não é obrigatório, nem recomendado, nem cool, trata-se de usar o bom senso. Alinhamento global é uma coisa, usar o mesmo tape é economia que destrata o veículo - e sua audiência. Ou será que algum assinante acha bacana não compreender um anúncio?

A - interminável - concorrência internacional para a compra de caças para a Aeronáutica já provocara 5 players globais (from Suécia, Rússia, Itália, Estados Unidos, França) da indústria armamentista a anunciar nos nossos media para - quem sabe - tornar-se simpática aos leitores/espectadores brasileiros... talvez aquelas empresas achassem que entraríamos em contato com "nossos" parlamentares recomendando um avião ou outro... mas nunca o fizeram sem traduzir suas mensagens, minimamente - um lettering ao menos...

O público, de passagem pelos canais a cabo, ficava com a impressão que era mais uma versão do Top Gun. Não era. Foram apenas ações de um lobbying midiático ineficaz. Pelo menos a Dassault devia ter aprendido a lição.

Regular não é exercer censura unilateral. É colocar o poder na mão da sociedade.

Muito se tem escrito e publicado sobre regulação dos meios de comunicação no Brasil. Também, pudera! Nosso marco regulatório é de um tempo em que a sociedade nem se dava conta do que seriam "marcos regulatórios" - 1962.

Uma boa ideia: rever a legislação podre de velha.

Muito pouco do que se legislou há 51 anos ainda se aplica aos usos e costumes. O mundo de 2013, a vida social de 2013, as relações de negócios de 2013, as tecnologias de 2013, eram pouco mais que "sonho", ou ficção científica, em 1962.

É mandatório, pois, que se revise o texto constitucional. Não se trata de golpe, não se trata de usurpação de direitos, não se trata de querer censurar aquilo que é "cláusula pétrea" da nossa Carta Magna, a tão duras penas conquistada: "a liberdade"; de pensamento, de criação, de opinião e de expressão - fundamentos, aliás, a criação e a expressão, da cultura de todo e qualquer povo ou nação.

Como muito bem ensina o Nobel de Economia de 1993, o estadunidense Douglass North, decisões, mesmo as nacionais, baseiam-se antes na cultura dos tomadores de decisões que na econometria, ou seja, na lógica fria das estatísticas.

E tal cultura, ou "caldo cultural" em que estão imersos os cidadãos e as organizações seria aquele "entorno institucional", formal e informal - o ambiente de cultura que presidiria as crenças, os motivos e as iniciativas individuais e coletivas.

No que acreditamos nós, cidadãos, sobre o papel da mídia na sociedade? Acreditamos, certamente, que "eles", os magnatas da comunicação, são poderosos. Acreditamos que suas relações envolvem figuras do "alto escalão" da cidade, do estado, do país. Acreditamos que são "muito amigos" das empresas anunciantes - que, afinal, os banca.

Vamos ver o que foi que a Constituição Cidadã, de 1988, consignou para o tema "Comunicação":

Capítulo V - da Comunicação Social:

"Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

• Código Brasileiro de Telecomunicações: Lei n. 4.117, de 27/08/1962

• Lei de Imprensa: n. 5.250, de 09/02/1967 [revogada pelo STF em 2009]

• Organização dos Serviços de Telecomunicações: Lei n. 9.472, de 16/07/1997

§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

§ 3º Compete à lei federal:

I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;

II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde a ao meio ambiente.

§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.

• A Lei n. 9.294, de 15/07/1996, regulamentada pelo Decreto n. 2.018, de 01/10/1996, dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígenos, bebidas alcoólicas, medicamentos terapias e defensivos agrícolas aqui referidos.

§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.

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Os veículos de comunicação - empresas constituídas que operam os media, ou meios de comunicação, constituem o principal canal através do qual a população acessa a... cultura, substrato de que nos fala Douglass North, em sua "teoria do institucionalismo econômico".

Então, vamos ver também o que foi que a Constituição Cidadã, de 1988, consignou para o tema "Cultura":

Capítulo III - Da Educação, da Cultura e do Desporto, Seção II - da Cultura:

"Artigo 215 - O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

Parágrafo 1º - O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.

Parágrafo 2º - A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.

Parágrafo 3º - A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005) [sancionado em 2010 e ainda em processo de regulamentação no Congresso Nacional]

Artigo 216 - Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

Parágrafo 1º - O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.

Parágrafo 2º - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.

Parágrafo 3º - A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.

Parágrafo 4º - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos na forma da lei.

Parágrafo 5º - Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas de antigos quilombos".

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Não é preciso ler mais nada para concluir-se que há demandas não atendidas, 25 anos depois de promulgada a Constituição Federal, em termos de Comunicação e de Cultura - esses campos tão imbricados.

Os próprios, ditos, "direitos culturais", que abrem o capítulo "Cultura", no Artigo 215, requerem a revisão constitucional do marco regulatório da comunicação. Sem alarde, sem exacerbação, sem medo - só com a determinação de um dever a cumprir.

Inspiremo-nos no exemplo de Portugal, pátria-mãe de nossa língua, uma das matrizes da nossa cultura (somada à indígena, à africana e à imigrante de outras terras), que inova na descriminalização do uso de drogas - decantado exemplo pela nossa mídia - e, também, de regulação dos meios de comunicação, já em 2005: http://www.erc.pt/pt/sobre-a-erc.

sábado, 25 de maio de 2013

"Partidos no Brasil são de mentirinha", diz Joaquim Barbosa. E, depois, desdiz. Não pode.


Na última segunda-feira (20/05), Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), fez declarações - numa palestra em uma Instituição de Ensino Superior de Brasília - que geraram nova polêmica entre os poderes Judiciário e Legislativo.

Segundo Barbosa, "nós temos partidos de mentirinha; não nos identificamos com os partidos que nos representam no Congresso Nacional, a não ser em casos excepcionais; eu diria que o grosso dos brasileiros não vê consistência ideológica e programática em nenhum dos partidos; eles querem o poder pelo poder".

E continuou...

"A debilidade mais grave do Congresso brasileiro é que ele é inteiramente dominado pelo Poder Executivo. O Congresso não foi criado para única e exclusivamente deliberar sobre o Poder Executivo. Cabe a ele a iniciativa da lei. Temos um órgão de representação que não exerce em sua plenitude o poder que a Constituição lhe atribui, que é o poder de legislar", complementou o presidente do Supremo.

Em sua palestra, Barbosa citou o recente processo de aprovação da MP dos Portos pelo Congresso Nacional, e disse que houve um grande "contraexemplo" dos limites impostos aos Poderes. Para o ministro, eventuais excessos cometidos na Câmara dos Deputados deveriam ser corrigidos no Senado, composto, em tese, por "políticos mais experientes, como ex-governadores".

"Nós tivemos na semana passada um 'contraexemplo' disso. Uma Medida Provisória de extrema urgência teve seu tempo de exame de deliberação esgotado na Câmara até o último dia. E o Senado só teve algumas horas para se debruçar sobre aquele texto. Daí se vê a dificuldade de configuração de controle do Senado sobre a Câmara dos Deputados, na nossa experiência", finalizou o ministro.

Reação do Legislativo Federal

Em reação às declarações do ministro-presidente da cúpula do Judiciário brasileiro, o presidente interino da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), acusou Barbosa de estar criando um "tumulto" entre os poderes. "Considero essas declarações autoritárias, absurdas e reforçam que ele não está à altura de ser presidente do Supremo Tribunal Federal", disse o petista. Vargas ocupa temporariamente a vaga de presidente da Câmara, uma vez que Henrique Alves (PMDB-RN) encontra-se em viagem oficial aos Estados Unidos.

Nota oficial do STF sobre o caso

Após as declarações de Joaquim Barbosa, o STF emitiu uma nota oficial que afirma que não existiu a intenção do Judiciário "emitir análise" sobre os membros do Poder Legislativo. "A fala do presidente do STF foi um exercício intelectual feito em um ambiente acadêmico e teve como objetivo traçar um panorama das atividades dos três poderes da República ao longo da nossa história republicana", justificou a secretaria de comunicação do STF.

COMENTÁRIO DO OCI - Marcondes Neto

Não pode. Recentemente, em entrevero com um jornalista, o ministro Joaquim Barbosa, já presidente da Corte, que perdera as estribeiras e fora gravado em vídeo, destratando-o, valeu-se de sua assessoria de comunicação para desdizer o que vimos e ouvimos muito bem. Saiba mais.

Outra coisa: não é válida a tese de que o ministro, na palestra, não é o ministro. No serviço público, do contínuo ao juiz, a pessoa (particular) confunde-se com sua função (pública); 24 horas por dia. Se cometer ilegalidade, atenta contra o cargo e a função; estando, portanto, sujeito a perdê-los. Um ministro do STF não pode despir-se da toga e, junto, despir-se da função - e do decoro da mesma. Ela é inerente à pessoa natural, física; indivíduo no exercício de um cargo de Estado, que é o caso.

Dizer a verdade, pode. Desdizer...

Uma prova - torta - de que não se separam, da pessoa, função (juiz, por exemplo) e cargo (ministro do STF, por exemplo), é o - péssimo - cacoete da imprensa em "qualificar" indivíduos: "dentista matou a namorada", "motoboy teve a perna decepada", "engenheiro abriu loja de sucos"...

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Jovens apostam no crescimento das agências "full service".

Meio&Mensagem
21/05/2013

REPRODUÇÃO:

As agências puramente voltadas a marketing digital ou de social media devem desaparecer nos próximos anos. Essa é a opinião de nada menos que 80% de entrevistados por um estudo conduzido pelo Publicis Groupe junto a 2 mil estudantes de marketing no continente europeu.

Essa geração acredita que a social media e o digital são aplicáveis a todas as funções do marketing, e não podem ser vistos como disciplinas isoladas.

Nativos digitais, 70% dos jovens ouvidos acreditam ainda que o cenário do marketing dentro de dez anos será dominado por um pensamento mais voltado a relações públicas e conteúdo.

Em relação a conteúdo, 81% apontam que ações em que as marcas se tornam publishers e criadores de seus próprios conteúdos serão dominantes. E quanto ao RP, 70% afirmam que a busca por repercussão positiva (por conquista de boa reputação e por recomendações boca a boca) será estratégia essencial para a agência responder ao briefing.

Sete a cada dez entrevistados dizem que o publicitário do futuro terá que entreter, e não vender. E 90% apontam que o full service é o modelo do futuro, reunindo serviços de publicidade, direct, social, digital e RP.

Em relação às redes sociais, o Facebook é apontado como o melhor ambiente para as marcas, segundo 77% dos entrevistados. O estudo do Publicis não deixa de fazer uma provocação ao rival WPP: 40% dos estudantes não acreditam em uma frase recente de Martin Sorrell, CEO da holding britânica concorrente, de que o Twitter não é uma mídia publicitária.

Por fim, os entrevistados apontaram suas campanhas favoritas do ano passado. A mais votada, por 44% dos ouvidos, é “Red Bull Stratos”, a ação da marca que levou um homem a saltar da estratosfera e quebrar recordes como o de velocidade vertical.

Também foram destacados “My Time is Now”, da Nike, e mesmo a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres.

Confira [neste link] os vídeos das ações de marketing favoritas dos jovens entrevistados:

COMENTÁRIO DO OCI - Marcelo Ficher

O que já se vinha percebendo na prática, agora chega às pesquisas, e com um viés interessantíssimo, a opinião de "última geração" sobre o papel das relações públicas.

Conforme a pesquisa, para os jovens "que já nasceram conectados", agora, o que interessa é justamente estar conectado com as pessoas. Arrisco-me a dizer que o way of marketing contemporâneo é que primeiro deu falta das relações públicas. Percebeu que o one to one marketing tem dificuldade de se completar com as ações concentradas em comunicação de massa.

O investimento é alto; é caro pagar veiculação, e é possível encontrar o público de outros vários modos. Inclusive, no mundo “hiperpovoado” do ambiente virtual, é natural que a diferenciação se dê também pelo relacionamento tête-à-tête, pelos acontecimentos (“experiences”) reais, e pela comunicação dirigida, ou “customizada”, como prefere o marketing.

Iria além.

No mesmo caminho que as agências de marketing digital e de social media, irão as assessorias de imprensa focadas em imagem via mídia. Esta continuará sendo uma atividade importante, mas a preocupação com a repercussão junto à mídia estará incorporada a todos os processos, sem um especialista.

A atribuição será de quem liderar o verdadeiro full service, com visão sistêmica e abrangente acerca da comunicação nos negócios. Internacionalmente, a nomenclatura dessa área é public relations, e a globalização da economia brasileira vai alinhar os procedimentos com a prática internacional. Não há porquê para não adotar-se o devido nome da coisa.

À frente do nosso tempo, os mais jovens já perceberam essa tendência. E mais: se reconhecem como consumidores de propaganda e sabem que isto tem um “custo”. É quase como que perguntassem: - quanto você me paga para eu ver sua propaganda?

"Eu também tenho valor".

Simbolicamente, a contrapartida é a qualidade dos "encontros", a começar por "quem convida".

Na Era das Relações Públicas, a identidade é tudo.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Propaganda - e cara - para quê?


Jornal O Globo
Rio de Janeiro
22/05/2013
P. 13

COMENTÁRIO DO OCI - Marcondes Neto

Primeiro, a obra descumpriu o traçado original e passou do canteiro central para as faixas de rolamento da avenida das Américas, roubando-as da via a todos os veículos, particulares ou coletivos.

Depois, a obra atrasou, estourando o orçamento.

Cosmética, como se pode ver na imagem (mais ainda in loco, claro), é obra para poucos, atende por uma sigla em inglês - Bus Rapid Transit - e inaugurou, na cidade, uma nova modalidade: "atropelamentos em série".

Agora, depois de ano de - precário - funcionamento, vem comunicar ao distinto público que existe?

Não haveria algo mais crucial, para os munícipes, merecedor deste gasto? Por que gastar - tanto - com mídia, ainda mais a nossa, orgulhosamente brasileira, a "mais cara do mundo, em dólar"?

Preço deste anúncio (tabela O Globo): R$ 209.664,00.

Com a palavra, os contribuintes.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Se você - de todo o Brasil - quer homenagear a profissão, junte-se a nós!


2014: ANO DO CENTENÁRIO DAS RELAÇÕES PÚBLICAS NO BRASIL! JUNTE-SE AO OBSERVATÓRIO DA COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL E... COMEMOREMOS! 

Em breve, notícias sobre a programação que o OCI proporá para todo o 2014 - ano em que se comemora, a 2 de dezembro [nascimento de Eduardo Pinheiro Lobo - pioneiro líder de um departamento de RP do país, na Light (na foto estilizada)], o DIA NACIONAL DE RELAÇÕES PÚBLICAS do centenário. 

E se você, ou sua instituição, tem intenção e propostas para homenagear a data, traga-as para fazermos juntos!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Neura!

Acesse este link e leia a matéria.

COMENTÁRIO DO OCI - Marcelo Ficher

Não vi a programação completa do Congresso da Abrapcorp, em Brasília, que começa hoje. O assunto não é novo, mesmo assim, posso afirmar que a palestra sobre neurociência deve ser a mais importante do encontro, pelas controvérsias que pode gerar – vi protestos sobre o assunto com data de outubro de 2010 – e por representar mais uma daquelas fronteiras que não deveriam ser derrubadas, mas que já são uma realidade no mercado.

A ideia de que é possível superar os filtros racionais e emocionais e induzir comportamentos de compra a partir da fisiologia, significa “coisificar” os seres humanos, agora conduzidos pela sua própria existência corporal e sensorial, indefesos diante de propostas de consumo acatadas sem o entendimento do porquê, visto que elas estão conectadas com processos físico-químicos que passam ao largo da consciência e menos ainda da vontade – além dos limites do que conhecemos como inconsciente.

Em discussões sobre o assunto, o tema é tratado por quem o defende como a construção de um novo Homem ou de pessoas de outro tipo... É o ápice da heterorregulação. A ideia de que as últimas compras que eu fiz terem sido não apenas sugeridas, mas conduzidas de fora para dentro, abre uma avenida de questionamentos sobre autonomia, independência crítica e ética.

A título de exemplo, uma situação de afeto. Amo pão, mas não posso mais confiar naquele aroma gostoso de pão quente no mercado. Porque pode ser um spray com aroma de pão, incluindo substâncias químicas que ativam os processos neurais que aumentam o meu apetite e inibem o senso de responsabilidade. O cheirinho do pão enche as minhas narinas e dobra o tamanho do meu carrinho de compras. Que tal?

Você, por exemplo, acredita que eu escrevi esse artigo por minha vontade própria? Ou fui “trabalhado” para estar aqui, agora, quem sabe? E você, leu por que quis? Ou apenas são seus neurônios reagindo a um estímulo imperceptível? Pense nisso, antes de se conectar. Porque depois, bem, depois você não está mais sozinho. Ora, mas, se você leu até aqui, já está conectado!

COMENTÁRIO DO OCI - Marcondes Neto

E por falar em máquinas, saiba você – que também lê Google News, Yahoo News –, que tal "jornalismo" não conta com um jornalista sequer.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Caso concorde, curta a Fan Page do MANIFESTO SINCRÉTICO: Relações Públicas e Administração e difunda esta causa.

13 de maio de 2013 - belíssima data para divulgar, aqui neste OCI, o Manifesto Sincrético: Relações Públicas e Administração, um chamado ao caráter mais decisório que operacional das Relações Públicas.

Lançado em Salvador, Bahia, em 28 de outubro de 2012, como decorrência de um Congresso Brasileiro de Administração de que participou Manoel Marcondes Neto - além de mim, o outro signatário inicial do Manifesto Sincrético - (como conferencista, tratando do papel que as Relações Públicas podem desempenhar no sentido da tão demandada "transparência", sustentáculo da governança corporativa), esta ideia busca adeptos, discussão e difusão. 

Se você, errepê ou não, concorda com esta tese, propague esta causa, escreva, entre em contato e alie-se a ela curtindo a Fan Page e acompanhe, aqui no OCI, o desdobramento de nossas ações.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

A hora mais obscura.

Veículo: Folha de S. Paulo - 07/05/2013
Título: Documento sugere que CIA editou cenas de "A Hora Mais Escura" a seu favor
São Paulo

Um documento da CIA revelado nesta semana sugere que membros da agência americana ajudaram a moldar o roteiro de "A Hora Mais Escura", filme mais recente de Kathryn Bigelow sobre a captura do terrorista Osama bin Laden, no Paquistão.

Em janeiro, o Comitê de Inteligência do Senado dos Estados Unidos iniciou uma investigação para apurar se Bigelow e o roteirista Mark Boal permitiram que o material fosse visto previamente pelo alto escalão da CIA, que estava preocupada com a representação da agência na caçada ao terrorista da Al-Qaeda.

COMENTÁRIO DO OCI - Marcelo Ficher

O uso do cinema para ações de propaganda, relações públicas e formação da opinião pública não é novo. Mas ainda choca quando os bastidores vêm à tona e desmistificam sua aura de fantasia.

Originalmente, a notícia foi veiculada pelo jornal The Guardian e denuncia a interferência da CIA na edição do filme “A hora mais escura”, sobre a caçada que resultou na morte do terrorista Osama Bin Laden. As cenas teriam sido modificadas para “promover um retrato adequado” da agência norte-americana. Segundo a matéria, a negociação foi conduzida pelo serviço de relações públicas da CIA e estaria registrado em um memorando interno.

Em sala de aula, procuro sempre chamar a atenção dos alunos sobre a relevância da identificação dos relações-públicas com seus clientes, ainda mais em lugares muito ideologizados ou polarizados. Genericamente falando, trata-se de representar o cliente em seu melhor interesse, como se diz em Direito, e não é nada fácil lidar com as próprias convicções no exercício das funções. Às vezes se trata de enaltecer o contrário do que se pensa. E fazer isso prolongadamente, porque, preferencialmente, o trabalho de relações públicas é contínuo, duradouro, estável. Isso exige afinidade e gera conflitos tipicamente caseiros. O melhor é se sentir de lá ou o desconforto é certo.

Por outro lado, pode ser extremamente gratificante trabalhar para uma organização que se admira. Visto que provocar essa identificação nos públicos é uma obrigação profissional, isso praticamente significa promover algo que você escolheu. Muitas pessoas aprenderam a gostar das empresas em que trabalham, e as empresas trabalham muito para que as pessoas gostem delas. Havendo essa identificação, parece que o trabalho flui melhor.

Para a promoção de causas, o trabalho de relações públicas, além do mais, é imprescindível, porque é um profissional que empresta sua subjetividade por dever de ofício. Se, além disso, ele está afinado com a causa, essa sensação de pertencimento tende a gerar mais satisfação e resultados para ambas as partes. Mais ainda por que nesses casos se lida com sentimentos, expectativas, direitos, justiça, uma infinidade de aspirações para que seja algo diferente no futuro do que é agora.

Esses cenários são menos aplicáveis aos profissionais de agências de comunicação, ou de propaganda, ou mesmo freelancers, que acabam atendendo vários clientes ao mesmo tempo e estão menos tempo com cada um. E também no setor produtivo, onde as relações tendem a ser mais impessoais e volúveis, mesmo que certas marcas despertem paixões e haja empresas que são objeto de desejo para se trabalhar.

Em todos os casos, profissionalismo acima de tudo, o que significa estar lá, mesmo, enquanto estiver. Quando as premissas mais fundamentais da sua profissão forem violadas, a melhor saída é a porta.

Isso pode?

Voltando para o cinema, o que está em jogo nesses fatos são questões como legitimidade, pertinência – pode um serviço de relações públicas abordar a produção de um filme para sugerir/negociar modificações? Há uma forma correta de se fazer isso? –, autoridade, poder e coerção – e sendo a CIA, isso muda tudo –, questões sobre democracia e sobre censura. E se a causa for inquestionável, algo como combate ao trabalho escravo, pode? Quem decide o que pode?

Até que ponto?

É compreensível que o roteirista do filme se sentisse pressionado, por mais gentil que fosse a abordagem. E a CIA provavelmente contava com isso. Possivelmente, tenha havido pressão explícita. Importante mencionar que nos dois casos até se pode dizer que a ação partiu do serviço de relações públicas, mas em hipótese alguma investidas contra a produção do filme poderiam ser chamadas de relações públicas. Nenhum código de ética, nem brasileiro nem internacional, dá abrigo a assédio dessa natureza. Ações assim são desvios, não fazem parte do repertório. Ao que tudo indica, a agência usou seu serviço de relações públicas como biombo para encobrir uma agressão aos direitos civis.

O roteirista do filme nega a interferência, mas fatos notórios e relevantes, que constam de relatórios oficiais, ficaram de fora, diz a matéria, e a participação da personagem central da trama foi suavizada. O Senado norte-americano investiga o caso e os jornais repercutem mundo afora. As notícias insinuam que a investigação começou após o fracasso do filme no Oscar. Maldito feitiço. Deve estar dura a vida dos relações-públicas de lá. Receio que a CIA deva se preocupar mais com sua credibilidade na vida real do que com a imagem no cinema. Mas entendo o dilema deles: é difícil saber onde seu filme está mais queimado.

domingo, 5 de maio de 2013

E continuam chegando mensagens de incentivo!

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Podem confiar, amigos da boa comunicação institucional. O OCI veio para ficar. Seu crescimento será função de quem mais vier, mas sua subsistência está garantida pelo ideal de seus fundadores.

Hoje, 05/05, chegamos a 12.096 views da Fan Page e 838 views do post inaugural do Blog.

É isso aí! A lacuna na área era imensa, mas já apareceu gente para fazer o gol! 
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sábado, 4 de maio de 2013

O velho problema do mundo real para quem vende sonhos.

O assunto aqui é comunicação institucional, mas ela não está presente. 

Acostumada ao mundo simbólico desde as origens, ela não estranha o mundo virtual. Está por lá, também, carregada pelas mãos das promoções, da propaganda e do marketing. Nenhum produto ou serviço é um cão sem dono. E se a campanha não foi “vazada” ou “veiculada sem aprovação”, há um organismo que responde pela oferta, em todas as suas dimensões. Com todas as suas consequências, claro, e inclusive, com sua imagem e reputação. 

A BMW é uma empresa de respeito. O jornal O Globo também. Mas quando se juntam para falar de carros potentes, velozes e perigosos com a linguagem de um ursinho de pelúcia, prestam um desserviço ao interesse público.

Na chamada de capa, acima, a realidade é que atrapalha o desempenho, como os carros que nunca poderão acompanhá-lo, dignos de pena. Na chamadinha interna, o BMW, que faz 0 a 100 Km em 4.9 s, é um brinquedo, caro e de luxo. Então tem que aproveitar ao máximo.  

A matéria começa com a descrição do ambiente, traçando com um risinho mal disfarçado um cenário de constrangimento, mas é aquele mesmo de quem encantou a mulher mais bonita do pedaço e bota inveja na galera. O BMW é isso, um esculacho de ostentação do luxo, “quase ofensivo”, tanto que chega a ser maldade pará-lo perto de outros no estacionamento, diz o jornalista test-driver: 600 mil reais é o preço.

Depois ele “acaricia o acelerador”, ouve “um rugido rouco” do motor e plana pela serra, que o carro faz parecer um “parque de diversões”. Vale a pena ler ao menos esse trecho:

“V8 com dois turbos

Anoitece na Dutra e os olhares curiosos somem. Assim dá para esquecer os dilemas da consciência. É hora de o BMW justificar sua existência. Acaricio o acelerador e ouço um rugido rouco. O generoso V8 de 4,4 litros traz dois turbos e um resultado brutal: são 407cv de potência e 61,1kgfm de torque (todo disponível logo a 1.750rpm).

Provoco um pouco e o 650i se transforma na experiência mais próxima que já tive de pilotar um foguete. Aceleração constante, sem turbolag, meu corpo é brutalmente apertado contra o banco. O câmbio automático ZF, de oito marchas, faz trocas rápidas como o pensamento (pasme, é a mesma caixa da picape Amarok). As aletas atrás do volante ficam na ponta dos dedos, em posição perfeita.
1, 2, 3, 4, 5. 

O tempo que você leva para ler os números ao lado é mais do que este Série 6 precisa para alcançar os 100km/h, garante a BMW. Para ser exato, são 4,9 segundos, número digno de superesportivos. A direção, direta e obediente, é mais um convite para o milionário dono deste carro afrouxar o nó de Windsor e curtir uma relação mais informal com a máquina — se ele optar por uma camisa polo Versace, melhor ainda.

Na serrinha de curvas fechadas entre Paracambi e Mendes, o 650i é um parque de diversões. O carro parece preso a trilhos da montanha russa com o ingresso mais caro do mundo. Não ameaça ou sequer pede ajuda aos sistemas eletrônicos”.

COMENTÁRIO DO OCI - Marcelo Ficher

Por aí vai.

É a mesma indústria automobilística que emite mensagens sobre e educação no trânsito e a responsabilidade ao dirigir. É o mesmo jornal O Globo que nos relata diariamente a miséria do trânsito brasileiro e patrocina campanhas de segurança. A essa contradição dá-se o nome de pluralidade, pelo lado filosófico, de democracia, pelo lado político, e de pragmatismo, pelo lado dos negócios. O jornal se escora nas duas primeiras, a indústria se concentra em vender. Ponto. Nenhuma das partes envolvidas aceita parcela de responsabilidade quando os motoristas causam transtornos ou acidentes. Trata-se logo de alegar imprudência ou imperícia do condutor para justificar as ocorrências, como se o produto nada tivesse a ver com o uso que dele se faz, ignorando as próprias razões de compra que o levaram até o possante.

O que não está dito é que as promoções, a propaganda e os argumentos de venda penetram no sistema de valores não apenas do público-alvo de tais artefatos, mas de toda a sorte de motoristas. O "cara" anda com o Corsinha dele no limite, explorando cada curva e imaginando como seria numa BMW. 

—  As empresas e agências de propaganda “autorizam” ou “avalizam” a velocidade, inclusive no meio urbano, como fonte de satisfação. Como a matéria nos avisa, pode ser frustrante tudo isso. E deve ser mesmo, porque logo ali na frente tem um sujeito de Chevette, que não passa dos 80km/hora faz tempo, ou um engarrafamento que lhe obriga a ir de zero a 10 km/hora até a porta de casa. A maldita realidade que delimita o usufruto: pobres, pragas, buracos, pardais, tudo a impedir a plenitude do ser. 

Há quem defenda, como Marcio Schiavo, da agência de responsabilidade social Comunicarte, que as empresas deveriam ser mais preocupadas com o destino de seus produtos, educando a sociedade para seu uso específico, mas também para melhorar o setor em que atua, no caso as relações de trânsito, a qualidade de vida das pessoas e o desenvolvimento social de uma maneira geral. A essa nova postura empresarial, o autor chamou de Educação Social Corporativa. “Com o conceito de educação social corporativa, estamos propondo um corte: superar aquela postura de a empresa apoiar uma escola e passar a incluir o apoio à educação dentro do próprio negócio”, disse ele à época em que divulgou o conceito, em 2009.

Naquela mesma entrevista, Schiavo diz que pergunta aos empresários “qual é a educação do seu negócio?” E defende a inserção natural de ações educativas em atividades rotineiras, o que, segundo ele, já vem acontecendo em algumas poucas empresas com visão global. Ele cita desde pequenos gestos, como a distribuição de material informativo por vendedoras de porta em porta, dicas de reciclagem com construtores, coisas que melhorariam o mundo ao redor, a exemplos de sofisticadas campanhas de consumo responsável, de crédito consciente e de ações exemplares, como fonte de inspiração ou estímulo para novos comportamentos.

Dentre os outros segmentos problemáticos, Schiavo refere-se, justamente, ao tipo de anúncio usado para promover o “BMW Série 6 em sua versão mais feroz — a 650i”:  “...Outro segmento é o da indústria automotiva, que, em suas propagandas, passa uma ideia bastante equivocada quando mostra um carro em alta velocidade, fora dos limites da lei, e todos sabemos que a imprudência no trânsito é causadora de tantos acidentes fatais. Essa indústria poderia muito bem botar a inteligência a serviço da educação”.

No caso dos automóveis, creio eu que não bastaria emitir mensagens de prevenção a acidentes causados por excesso de velocidade, nem por meio de ações específicas. A propaganda e seus discursos celestiais sempre serão mais atraentes e onipresentes – os sonhos –, portanto mais formadores até que a própria ação específica, se esta for entendida como tarefa (o apoio a alguma escola, longe de seu próprio universo) e ou desenvolvida esparsa e didaticamente (em campanhas pontuais), a triste realidade.

Responsabilidade na prática

O discurso da responsabilidade socioambiental traz ganhos reais de imagem para as organizações. Elas devem prestar um serviço real e suficiente à sociedade que lhe empresta esse prestígio, caso contrário executa uma modalidade particular de promoção de vendas com ênfase em atributos organizacionais, um primo-irmão da propaganda institucional, em forma de notícia.

A aceitação tácita das contradições entre o discurso institucional e a comunicação de vendas bem que poderia ser banida das práticas de gestão, e deveria entrar na categoria quem não fizer isso desaparece do mercado.

A Educação Social Corporativa pode ser revolucionária, posto que como agente educativo, a resultante deve coincidir com o todo que ela é como instituição e os produtos que ela oferece, ou seja, uma ação educativa de transformação da própria empresa, em seu compromisso social. Que ela se veja como ente educativo e haja como tal submetendo sua finalidade econômica à harmonia com o interesse público. Em linguagem de comunicação, isso significa aproximar identidade e imagem corporativas com imperativos éticos e paradigmas negociados com o meio externo, muito mais do que hoje. Talvez no futuro as indústrias tenham que classificar seus automóveis em “carros de transporte” e “carros de entretenimento”, e deixar claro que eles não devem se misturar. 

Em tempo, a matéria nos avisa que há uma versão ‘perigosa’ do modo de dirigir o automóvel, a Sport Plus, porque permite o desligamento do controle de tração e, portanto, não serve para quem tem “braço duro”. Ainda bem que está avisado.

A ciência já vem constatando, a muito custo, que nem tudo que nós somos capazes de aprender a fazer deve ou deveria ser feito. Chegará o momento em que toda a indústria terá que se fazer a mesma pergunta, e quanto antes melhor.

O mesmo discurso, dois destaques. Desserviço - intencional - à informação do público.


Veja o que destacou Paulo Henrique Amorim e o que o jornal O Estado de S. Paulo reproduziu sobre o discurso do Ministro Joaquim Barbosa, proferido ontem. 

O OCI não comenta, apenas repercute.

Do site "Conversa afiada"

JOAQUIM BARBOSA VÊ AUSÊNCIA DE PLURALISMO NA MÍDIA BRASILEIRA

Em discurso no evento de comemoração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, realizado pela Unesco, na Costa Rica, no dia 3 de maio, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, afirmou que a mídia brasileira é afetada pela ausência de pluralismo. Ressaltando que neste ponto falava como acadêmico, e não como presidente do STF, ele avaliou que esta característica pode ser percebida especialmente pela ausência de negros nos meios de comunicação e pela pouca diversidade política e ideológica da mídia.

A apresentação do presidente do STF se deu em quatro partes voltadas a apresentar uma perspectiva multifacetada sobre liberdade de imprensa. Na abertura, reafirmou o compromisso da corte e do país com a liberdade de expressão e de imprensa, e ressaltou que uma imprensa livre, aberta e economicamente sólida é o melhor antídoto contra arbitrariedades. Barbosa lembrou a ausência de censura pública no Brasil desde a redemocratização em 1985.

Na segunda parte, o ministro apresentou como o tema é tratado na Constituição de 1988, que pela primeira vez reservou um capítulo específico para a comunicação. Segundo Barbosa, no sistema legal brasileiro nenhum direito fundamental deve ser tratado como absoluto, mas sempre interpretado em completa harmonia com outros direitos, como privacidade, imagem pessoal e, citando textualmente o texto constitucional, “o respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família”. Nesse sentido, ressaltou o ministro, o sistema legal brasileiro relaciona a liberdade de expressão com a responsabilidade legal correspondente. “A lei se aplica a todos e deve ser obedecida. A liberdade de imprensa não opera como uma folha em branco ou como um sinal verde para violar as regras da sociedade”, afirmou Barbosa.

Na terceira parte de seu discurso, Joaquim Barbosa apresentou dois casos em que o Supremo Tribunal Federal teve que lidar com a liberdade de expressão e de imprensa. No primeiro, lembrou a análise que o STF teve de fazer sobre a publicação de obras racistas contra judeus por parte de Siegfried Ellwanger. Neste caso, a corte avaliou que a proteção dos direitos do povo judeu deveria prevalecer em relação ao direito de publicar casos discriminatórios. Em seguida, falou sobre a lei de imprensa, que foi derrubada pelo Supremo por ser considerada em desacordo com a Constituição e extremamente opressora aos direitos de liberdade de expressão e de imprensa.

Antes de encerrar, porém, Barbosa fez questão de ressaltar que não estaria sendo sincero se não destacasse os problemas que via na mídia brasileira. Falando da ausência de diversidade racial, o ministro lembrou que embora pretos e mulatos correspondam à metade da população, é muito rara sua presença nos estúdios de televisão e nas posições de poder e liderança na maioria das emissoras. “Eles raramente são chamados para expressar suas posições e sua expertise, e de forma geral são tratados de forma estereotipada”, afirmou o ministro.

Avaliando a ausência de diversidade político-ideológica, Barbosa lembrou que há apenas três jornais de circulação nacional, “todos eles com tendência ao pensamento de direita”. Para ele, a ausência de pluralismo é uma ameaça ao direito das minorias. Barbosa finalizou suas observações sobre os problemas do sistema de comunicação destacando o problema da violência contra jornalistas. “Só neste ano foram assassinados quatro profissionais, todos eles trabalhando para pequenos veículos. Os casos de assassinatos são quase todos ligados a denúncias de corrupção ou de tráfico de drogas em âmbito local, e representam grave violação de direitos humanos”.

Em resposta a questionamentos do público, Barbosa lembrou um dos motivos da impunidade nos crimes contra a liberdade de imprensa é a “disfuncionalidade” do sistema judicial brasileiro, que tem quatro níveis e “infinitas possibilidades de apelo”. Além disto, a justiça brasileira tem, na perspectiva de Barbosa, sistemas de proteção aos poderosos, que influenciam  diretamente os juízes. “A justiça condena pobres e pretos, gente sem conexão. As pessoas são tratadas de forma diferente de acordo com seu status, cor de pele ou poder econômico”, concluiu Barbosa.

No Estadão: Barbosa falou muita coisa, mas nada disso aí em cima...

Brasil pune mais os pobres e os negros, diz Barbosa

Por Felipe Recondo | Estadão Conteúdo | 04/05/2013

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, disse nesta sexta-feira que a Justiça brasileira pune majoritariamente pessoas pobres, negras e sem relações políticas. No discurso que fez em congresso sobre liberdade de imprensa, na Costa Rica, Barbosa criticou a quantidade de recursos possíveis contra condenações judiciais, atacou o foro privilegiado e a relação entre juízes e advogados no Brasil.

"Brasil é um país que pune muito pessoas pobres, pessoas negras e pessoas sem conexões", disse. "Pessoas são tratadas diferentemente pelo status, pela cor da pele, pelo dinheiro que tem", acrescentou. "Tudo isso tem um papel enorme no sistema judicial e especialmente na impunidade", argumentou.

Barbosa já havia criticado em sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o que chamou de conluio entre juiz e advogado. Agora, atacou as conversas privadas ou reservadas entre juiz e advogado sobre os processos. Na avaliação de Barbosa, isso é "antiético" e um problema cultural brasileiro que contribui para a impunidade.

"Uma pessoa poderosa pode contratar um advogado poderoso com conexões no Judiciário, que pode ter contatos com juízes sem nenhum controle do Ministério Público ou da sociedade. E depois vêm as decisões surpreendentes", disse. Nesses casos, avaliou o ministro, uma pessoa acusada de cometer um crime é deixada em liberdade em razão dessas relações. "Não é deixada em liberdade por argumentos legais, mas por essa comunicação não transparente no processo judicial", disse.

O presidente elogiou a Argentina por ter impedido o contato entre uma parte do processo e o juiz sem a presença da outra parte. No Brasil, essa restrição é mal vista pelos advogados, conforme Barbosa.

Recursos

Barbosa criticou ainda a possibilidade de um processo criminal percorrer quatro instâncias judiciais antes de ser concluído e afirmou que a quantidade de recursos possíveis ao longo da tramitação do caso, inclusive os habeas corpus, é outra razão que contribui para impunidade no País. "Há formas paralelas de questionar cada uma dessas decisões judiciais (em cada uma das instâncias). Há infinitas possibilidades de recursos dentro dessas quatro instâncias. Da primeira para a segunda instância, às vezes há 15 ou 20 diferentes recursos", afirmou. "Qual a conclusão? Uma longa demora, é claro", acrescentou.

Pelas contas de Joaquim Barbosa, um caso que envolva duas ou três pessoas "não é concluído no Brasil em menos de cinco, sete, às vezes dez anos, dependendo da qualidade social da pessoa".

Além disso, o ministro fez questão de dizer que o foro privilegiado é outra causa da impunidade. Barbosa explicou a jornalistas estrangeiros que prefeitos, governadores, ministros de Estado, parlamentares e magistrados não são julgados por um juiz: "No Brasil tem algo chamado “foro privilegiado”, o que significa que, se um prefeito é acusado de cometer um crime, ele não terá o caso julgado por um juiz regular (...). Se o acusado é um ministro de Estado, membro do Congresso ou ministro do Supremo, o caso será decidido pela Suprema Corte (...) que não tem tempo algum para decidir processos criminais", concluiu.

Ministros do STF, em várias ocasiões, já confidenciaram, porém, que se não fosse o foro, o julgamento dos “mensaleiros” não teria ocorrido ainda.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

3o. e último balanço do lançamento do OCI no meio digital.

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Somos muito gratos pelas manifestações de apoio e de futura colaboração. Já estamos no aguardo de artigos, casos e relatos de todo o Brasil. Com 60 horas do lançamento em 1o. de maio, fazemos este último balanço da repercussão do lançamento do OCI no meio digital:

- 10.329 views da Fan Page;

-      779 views do Blog;

-      124 compartilhamentos do post inaugural; e

-        21 apoios à inciativa (veja na coluna à direita).

E vamos em frente! Abraços!
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RP: Faça e Aconteça!


Parabéns, Guilherme Alf! O vídeo Todo mundo precisa de um RP já fora "capturado" e compartilhado nas primeiras horas de "vida" deste Observatório da Comunicação Institucional. Agora vem esse belo estetoscópio... Que nos ajude a ser ouvidos por nossos potenciais pacientes - todas aquelas pessoas e organizações necessitadas de uma bem feita divulgação! Saudações públicas relacionais do OCI!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Novo balanço: 36 horas depois...

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Hoje, agora, após 36 horas, chegamos a:

- 6.932 views da Fan Page;

-    676 views do Blog;

-    122 compartilhamentos do post inaugural; e

-      19 apoios à iniciativa (veja na coluna à direita).

Agradecemos, mais uma vez, a todos que prestigiaram este lançamento. Que as expectativas geradas se cumpram - em benefício de uma sociedade mais informada por organizações, de fato (não só na promessa), mais transparentes.
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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Balanço de lançamento.

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Hoje, após 12 horas, o resultado do lançamento do Observatório da Comunicação Institucional no meio digital ficou assim: 

- 2.961 views da Fan Page;

-    302 views deste Blog;

-      54 compartilhamentos do post inaugural; e

-         8 apoios à iniciativa (veja na coluna à direita).

Agradecemos a todos os que conheceram nossa proposta. Retornem, mandem suas impressões, e indiquem a novos possíveis interessados. Abraços!
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Lançado o Observatório da Comunicação Institucional. Viva 2014 - cem anos de Relações Públicas no Brasil!

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Para nós, o dia de hoje, 1º. de maio de 2013, é uma data muito importante, não apenas por ser Dia do Trabalho. A partir de hoje, nós, quatro colegas relações-públicas, começamos a por em movimento o Observatório da Comunicação Institucional / OCI.

Este blog é um núcleo pré-operacional do OCI e está no ar há 90 dias. Ele dá a dimensão e o foco desta empreitada, que existe para interagir com organizações e acolher profissionais e estudiosos que se interessam pela matéria e pela área especializada – base das Relações Públicas.

Faça um tour pelo blog e veja como o OCI pretende trabalhar para aprimorar a comunicação institucional, fazer dela algo mais assertivo, mais cidadão e mais inclusivo. Além deste blog, estão previstos, até dezembro de 2014, o lançamento de um Portal na internet, com artigos, casos, notícias, tendências e outras ações, além de conteúdo em programas de WebTV e WebRádio.

Mas, por enquanto, nosso maior objetivo é propor e organizar um programa de comemorações para os 100 ANOS DE RP no Brasil, no próximo ano.

Foi em 1914, em São Paulo, a inauguração do primeiro Departamento de Relações Públicas no país, na The São Paulo Tramway, Light and Power Company.

No Rio de Janeiro – a grande vitrine do Brasil nos próximos anos – também ocorreram alguns dos fatos mais marcantes dessa história. Aqui surgiu o primeiro setor de Relações Públicas em uma empresa brasileira, a Companhia Siderúrgica Nacional, em 1951, e o primeiro curso regular de Relações Públicas, oferecido pela FGV, há exatos 60 anos – em 1953 –, efeméride que homenageamos este ano criando a Sociedade Educativa Observatório da Comunicação Institucional.

Estas duas cidades, dentre outras possíveis no Brasil todo, estarão no circuito de comemorações capitaneadas pelo OCI, tais como eventos e publicações, que culminarão numa grande festa, no Rio de Janeiro, no dia 2 de dezembro de 2014 – a data do centenário!

Proximamente divulgaremos a data para o lançamento oficial do nosso Portal e do calendário das comemorações.

Para fazer parte desta iniciativa, colaborar, criticar ou sugerir, entre em contato conosco pelo e-mail "observatoriodacomunicacao@gmail.com".

Observatório da Comunicação Institucional

Alexandre Coimbra
Claudio Cotrim
Manoel Marcondes Neto
Marcelo Ficher (coordenador)
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