OCI - Modus Operandi

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O OCI é um espaço destinado à análise e reflexão crítica sobre a conduta das organizações em suas relações públicas – discurso, atitude e comportamento.

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sábado, 10 de agosto de 2013

O melhor "gerenciamento" de uma crise de imagem pública é evitá-la.

Como fica a efetividade deste anúncio de ontem (vide imagem acima) - sua mensagem, seu objetivo, as pessoas que nele aparecem e as parcerias envolvidas, diante da crise de imagem pública por que passa a Siemens neste exato momento?

Evidentemente que o evento já estaria planejado há meses, pois assim reza a cartilha das negociações de patrocínio. Ou seja, quando à Siemens, ou à sua agência de propaganda, foi oferecida a chancela do evento, nada do que veio à tona (por uma ação direta, aliás, da própria empresa, que denunciou a prática de cartel em obras do Metrô e da CPTM contratadas pelo Governo de São Paulo nos últimos dez anos) era de domínio público.

As investigações do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão do Ministério da Justiça desenrolam-se - sigilosas - há tempos, como se pode ver no infográfico a seguir, reproduzido a partir d'O Globo, em sua mesma edição de 09/08/2013:


Como lidar com essas crises de imagem pública?

É inegável ser este um rentável mercado de trabalho - há anos sustentado por uma miríade de escritórios e assessores "especializados" em "gerenciamento de crises", como se uma crise fosse algo que se pudesse, "em vivo", colocar sob as lentes de um microscópio e dissecar numa bancada de anatomia... Ora, isto só numa necropsia.

Jornalistas, na esmagadora maioria das vezes, "especializaram-se" em - junto a seus antigos pares postados ainda nas redações - "controlar" o noticiário às custas de muito blá-blá-blá, sempre, DEPOIS da casa arrombada, da árvore centenária cortada, do crime perpetrado - ou seja, sempre depois do mal feito. Não seria melhor evitar crises aperfeiçoando permanentemente as práticas de governança?

Acidentes são inevitáveis, em todas as áreas e envolvendo todo tipo de organização. Investigações conduzidas após acidentes fatais em missões da NASA - uma das corporações, em tese, mais equipadas para a prevenção de acidentes -, revelaram descuidos, lamentavelmente, muito fáceis de ser evitados. E o acidente no Aeroporto de Congonhas com o Fokker 100 da TAM, em 1996, deveu-se à não troca - preventiva - de um fusível de menos de um dólar.

Perguntas:

1) A Siemens recorreu ao recurso da "leniência" (similar à delação premiada)...

(a) para denunciar esquema de que participou por acuidade de ver que, hoje, nada se pode mais ocultar,

ou

(b) para agir preventivamente em relação à crise (antecipando-a) que certamente adviria com o noticiário da conclusão das investigações?

2) Como ficam as outras marcas (Alstom, Bombardier, CAF) expostas? Como deveriam posicionar-se? 

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