OCI - Modus Operandi

O Observatório da Comunicação Institucional – OCI – criado em 01/02/2013, é mantido por uma sociedade educativa sem fins lucrativos que reúne acadêmicos, profissionais, estudiosos e demais interessados nesta especialidade da comunicação.

O OCI é um espaço destinado à análise e reflexão crítica sobre a conduta das organizações em suas relações públicas – discurso, atitude e comportamento.

Participe enviando questões (textos, fotos, vídeos relacionados à comunicação de organizações públicas, privadas ou do terceiro setor) para avaliação e publicação.

A partir de 01/10/2013, você – ou sua organização – vai poder contribuir para a manutenção do OCI, apoiando a causa de que uma comunicação melhor faz organizações melhores e, consequentemente, um mundo melhor.

E-mail: observatoriodacomunicacao@gmail.com

Twitter: @OCI_RP


terça-feira, 28 de maio de 2013

Propaganda veiculada no Brasil deveria "falar" português.


Não é a primeira vez, nem é a única "no ar", mas é um caso emblemático pela dificuldade de comunicação.

A multinacional francesa Dassault Systèmes está veiculando sua "solução" 3DExperience com um filme comercial de 30 segundos, falado em inglês, na nossa TV por assinatura. Entenda-se por "nossa", brasileira, no Brasil.

É de se perguntar e refletir para quê mesmo serve produzir e veicular um filme comercial na TV.

Respostas para a redação...

"Fazer-se conhecer" seria um bom balanço das prováveis respostas recebidas. Ainda mais tratando-se de um comercial com "cara" de institucional - uma vez que fica impossível ao público leigo compreender de que se trata a veiculação, mesmo com a minúscula e fugidia legendagem. Será hardware? Turismo radical? Será software? Ativismo ambiental? Será peopleware? Será tudo isso junto?

Será que o filmete passa despercebido no turbilhão de comerciais? E aí, ninguém presta atenção, ninguém liga...?

Será que ação promocional leva em conta o efeito zapping, pelo qual não se vê os comerciais? Mas isto não é inútil... e caro?

As locações são dignas do finado rally Paris-Dakar. O idioma falado pelos franceses - absurdo; chamem o Asterix!  - é o inglês. Deserto, automóvel, pessoas com jeito de "exploradores", oceano, rebocador... tudo ao mesmo agora, junto e misturado, em 30 segundos, e em inglês... será que não havia budget para fazer uma dublagem que fosse? Um slogan "locutado" na nossa língua? Não precisaria nem ser criativo, mas compreensível...

No passado, a indústria brasileira de propaganda já recomendara que os comerciais fossem criados no Brasil, ou produzidos no Brasil, ou - ainda - que, pelo menos, empregassem técnicos brasileiros... vá lá... alguma coisa nacional... e já houve uma obrigatoriedade - daquele tipo que ninguém gosta - do idioma português nas inserções veiculadas na TV brasileira.

Ora, se não é obrigatório, nem recomendado, nem cool, trata-se de usar o bom senso. Alinhamento global é uma coisa, usar o mesmo tape é economia que destrata o veículo - e sua audiência. Ou será que algum assinante acha bacana não compreender um anúncio?

A - interminável - concorrência internacional para a compra de caças para a Aeronáutica já provocara 5 players globais (from Suécia, Rússia, Itália, Estados Unidos, França) da indústria armamentista a anunciar nos nossos media para - quem sabe - tornar-se simpática aos leitores/espectadores brasileiros... talvez aquelas empresas achassem que entraríamos em contato com "nossos" parlamentares recomendando um avião ou outro... mas nunca o fizeram sem traduzir suas mensagens, minimamente - um lettering ao menos...

O público, de passagem pelos canais a cabo, ficava com a impressão que era mais uma versão do Top Gun. Não era. Foram apenas ações de um lobbying midiático ineficaz. Pelo menos a Dassault devia ter aprendido a lição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário